Versículo do Dia

terça-feira, dezembro 17, 2013

Feliz Natal ou Feliz Ressurreiçāo?



Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo (Mat 2:2)
 
A cada ano que passa, o ser humano parece distanciar-se cada vez mais do verdadeiro sentido do Natal.
 
Lembro-me, quando muito criança, deparar-me, ano após ano, no inicio de outubro, com a colocação dos enfeites de Natal, além das apresentaçōes musicais, dos mais diversos tipos, por grupos e bandas, que se espalhavam pela cidade.

Os enfeites ocupavam ruas e casas, as quais ganhavam um brilho especial, para lembrar a todos que "os de boa vontade" ( deturpação procedente de uma hermenêutica errônea, uma vez que foi a vinda de Jesus, o menino-Deus nascido, que trazia em seu bojo a "boa vontade" para o ser humano - Luc.2:14), estavam se manifestando no afã de promover a paz e o perdão entre os homens - passageira ilusão.
 
Na verdade, ao término da euforia das comemorações, as atenções aos números financeiros somados, como resultado de um comércio ávido pelas mentes embevecidas pelas promoções imperdíveis, que com o intuito de apropriar-se do tão esperado 13º salário, fazia com que o janeiro de suas presas comerciais se tornasse recheado de remorso e inadimplência. E a pergunta que nunca se calou, é: -"O que o sublime aniversariante (JESUS) tem a ver com tudo isto?"
 
É sabido que, no que diz respeito à data, estamos muito distantes da realidade.
 
Quanto aos aparatos, a que se considerar que estão bastante incoerentes com o motivo da comemoração. Papai Noel, trenós e árvores enfeitadas, amigos secretos, mesas fartas, bebidas alcólicas, etc... Muito destoam da humilde manjedoura e o motivo pelo qual o Filho de Deus nela foi colocado.
 
Lembremos-nos que maior importância, para nós cristãos, tem a morte e ressurreição de Cristo Jesus do que propriamente Seu nascimento. Em I Coríntios 11:26, encontramos: "Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha". Ainda em IITimóteo 2:8, lemos: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressurgido dentre os mortos...". Assim sendo, deveríamos dedicar-nos muito mais em enfatizarmos a morte de Jesus, do que o deturpado Natal.
 
Para pensar: "Comemorar o Natal, sem prestar as devidas honras a Jesus, é como ir a uma festa de aniversario, trocar presentes entre convidados e ignorar a presença do aniversariante".
 
Portanto, neste dezembro, procure lembrar que o motivo pelo qual Jesus veio a este mundo, não foi para que homens e mulheres se fartassem dos mais variados tipos de refeições. Nem para que o comercio batesse recordes de vendas, e tão pouco para que o papai noel fosse colocado em pódios de bom velhinho (aliás, cá entre nós, os pais e titios trabalham, endividam-se, e no Natal, o portador do "secreto sorriso" leva a fama), mas, para morrer no lugar de seres humanos com bastante má vontade, reconciliando a criatura com o criador. E esta reconciliação se dá, mediante a aceitação desta criatura ao ato Salvador de Cristo, e seu reconhecimento de debilidade e fragilidade humanas.
Então, "Feliz Ressurreição!!!"

 
No Amor de Cristo,

Pr. Silvino Jr.

terça-feira, dezembro 03, 2013


O que devemos fazer quando estamos enfrentando um problema; oramos, oramos e oramos a Deus... Mas não recebemos o que pedimos? Isso ocorre muitas vezes em nossa vida: simplesmente nossa oração não é atendida. A sensação que temos, nesses casos, é que Deus ou não nos ouviu ou nos virou as costas. Bem, na verdade não é isso o que ocorre. Há um acontecimento na vida de Paulo que pode nos conduzir a uma reflexão bem interessante sobre orações não atendidas.
Para pensarmos sobre essa questão, precisamos ler a famosa passagem do espinho na carne. "Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos [...] foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. [...] E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2Co 12.2-9).
Pense bem: o que diferencia essa experiência de Paulo da sua experiência pessoal? Vejamos: Paulo tem um problema. Você tem um problema. Paulo ora a Deus pedindo uma solução. Você ora a Deus pedindo uma solução. Paulo não vê sua oração ser respondida da primeira vez. Você não vê sua oração ser respondida da primeira vez. Paulo persiste na oração, orando uma segunda vez. Você persiste na oração, orando uma segunda vez. Paulo não é atendido. Você não é atendido. Paulo ora sem cessar, clamando uma terceira vez. Você ora sem cessar, clamando uma terceira vez. Paulo não é atendido. Você não é atendido. Tudo igualzinho, reparou? A experiência do apóstolo em nada difere da sua. Só que, no caso dele, aconteceu um fenômeno que com você não acontece. É um detalhe nessa passagem que, a meu ver, é de suma importância.
“Deus explicou.”
Estas palavras de Paulo fazem toda a diferença: "Então, ELE me disse...". Sim, o Senhor verbalizou ao apóstolo, deu a ele uma explicação audível para o fato de não ter atendido seu clamor. E isso tirou do coração de Paulo toda a angústia que sente a pessoa que ora mas não é atendida. Havia uma explicação. Havia uma motivo cognoscível para aquilo. Mesmo que seu desejo não tivesse sido satisfeito, Paulo agora sabia a razão. E podia seguir em paz, pois tomou conhecimento do que levou Deus a não lhe conceder o que queria. E essa é a grande diferença da experiência de Paulo para a sua: ele recebeu uma justificativa. Com você e comigo isso não acontece. Ninguém nos diz por que nosso pedido ao Todo-poderoso foi negado.
Faça um exercício de imaginação. Suponha que Deus tivesse ficado quieto e simplesmente não explicasse a Paulo o porquê de não ter atendido aos seus pedidos. O apóstolo permaneceria ali, clamando, em angústia de alma, cheio de perguntas na cabeça. "Será que Deus não me ouviu?". "Será que Deus só me atenderá daqui a muitos anos?". "Será ao menos que Deus atenderá ao meu clamor algum dia, mesmo que demore?". "Será que os céus se fecharam a mim?". "Será que os meus pecados impedem Deus de atender minha oração?". Será que o Diabo está impedindo Deus de atender meu clamor?". Será, será, será, será, será...?
Paulo poderia ter feito isso, e não seria nenhuma novidade. Afinal... não é exatamente o que nós fazemos?
Deus decidiu em sua soberania que simplesmente não iria atender a oração de Paulo. Não teve nada a ver com falta de fé, ação do Diabo, pecado não confessado, nada disso. Simplesmente o Senhor disse "não" à oração do apóstolo porque queria proteger seu filho amado de pecar pela soberba. E é precisamente o que ele faz conosco em muitas e muitas situações semelhantes. Nós oramos, clamamos, nos esgoelamos, mas não somos atendidos. E aí os "será" invadem nossa mente e ficamos angustiados, cheios de conjecturas, sofrendo, questionando até mesmo a onisciência de Deus: "Será que ele não ouviu minha oração?".
Claro que ouviu. Deus ouve todas as orações. E antes mesmo de orarmos ele já sabe o que vamos falar: "Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda" (Sl 139.4)". Essa ideia de que "Deus não ouve a oração" não é bíblica. O que acontece é que Ele decide não nos dar o que pedimos. Ouve, pondera e responde com um grande "não". Ponto. Não há fé no mundo que altere a vontade soberana do Criador do universo. Paulo não tinha fé? Possivelmente a maior do mundo. Mas Deus quis não atender seus pedidos, porque, por saber tudo, entendia que, no grande plano de causas e consequências do universo e da eternidade... não atendê-los era o melhor. Inclusive, era o melhor para o próprio apóstolo, embora ele não soubesse, visto que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8.28). A grande vantagem de Paulo é que o Senhor disse de forma inequívoca que tinha escutado a oração mas não a atenderia. Conosco ele não faz isso. Temos de nos contentar com o silêncio. Não vem resposta. O que pedimos não acontece. Ficamos impacientes, como se o Pai tivesse a obrigação de nos atender só porque oramos com fé. E não entendemos nada.
Em vez de ficar imerso em "será", talvez Paulo partisse para a ação se Deus não tivesse afirmado explicitamente a ele que sua oração não seria atendida. É possível que orasse uma quarta vez, uma quinta, uma sexta, uma sétima. Talvez ficasse anos orando. E ficaria a ver navios, porque, apesar de sua inequívoca grande fé, Paulo estava debaixo da soberana vontade de Deus - e, para aquela oração, a resposta da soberania divina era "não". Se Paulo fosse um crente temperamental ou imaturo, ele poderia "ficar de mal" com o Senhor ou até mesmo se desviar da fé. Não é o que muitos de nós fazemos? COMO NÃO RECEBEMOS DE DEUS O QUE PEDIMOS O LARGAMOS PARA LÁ? Ou então tomamos as rédeas da situação e agimos pela força da nossa mão? Quero a cura, mas, como não fui curado, vou procurar um pai de santo. Quero prosperidade, mas, como não tive um aumento de salário, vou atrás de facilidades. Quero que liberem o meu processo na Prefeitura, mas, como não liberaram, vou dar propina. Quero me casar, mas, como não encontrei ainda a pessoa ideal, vou buscar no mundo. E coisas do gênero.
Deus é muito sábio. O silêncio dEle é uma maravilhosa maneira de ver que tipo de crentes somos nós. Se o Senhor explicasse suas decisões e seus "não" a cada um de nós... aí seria fácil. Mas o fato de Ele decidir não atender e - também - não responder nossa oração mostra o alcance de nossa fé, estimula nossa perseverança e nos testa, para ver até onde estamos dispostos a segui-lo e servi-lo tendo somente a graça divina em nossa vida. A graça dEle nos basta. Ele sabe disso; nós é que não nos contentamos com ela, queremos porque queremos também as bênçãos. O silêncio de Deus ante uma oração não atendida é a maneira de o Senhor nos mostrar quem nós somos: se perseverantes, servis, fiéis, homens e mulheres de fé, murmuradores, interesseiros, compromissados... ou não.
Tenho visto que o problema maior entre nós, cristãos, não é Deus não atender nossas orações, mas Ele não respondê-las. Como o silêncio divino é a regra (o que Ele fez com Paulo é a exceção), isso nos tira do sério. O caminho para permanecermos inabaláveis na nossa fé e no relacionamento com o Senhor é sabermos que Ele está agindo por trás do véu do silêncio. E, se não temos uma resposta, isso absolutamente não significa que Ele não nos ouviu. Devemos abandonar essa ideia infantil. Deus é onisciente, Ele ouve tudo, Ele sabe tudo. Mas muitas vezes decide que atender nossos pedidos não é o melhor. Se confiarmos nEle, isso nos conformará e confortará. "Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará" (Sl 37.5). Se não confiarmos... é hora de repensarmos todo o nosso relacionamento com o Senhor, porque estamos muito longe de entendê-lo.
Deus vai negar muitos dos teus pedidos. Mas tenha esta certeza: isso não significa que Ele não ouviu tua oração. Foi exatamente o que aconteceu com Paulo. É o que acontece conosco. Num caso raro, o apóstolo foi presenteado com uma explicação da boca de Deus. Nós não somos. Diante disso, nosso papel é orar, perseverar em oração e esperar com paciência. E se, depois de tudo isso, não formos atendidos, que tenhamos sempre em nossos lábios as palavras de Jó: "O SENHOR o deu, o SENHOR o levou; louvado seja o nome do SENHOR ” (Jó 1.21). Como escreveu o mesmo Paulo: "Orem continuamente. Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus" (1Ts 5.17-18). Orou mas não recebeu o que pediu? Dê graças. Em todas as circunstâncias dê graças. Ou seja: agradeça. Pois, se não recebeu, é porque não receber é o melhor. Não receber é pão e peixe. "Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!" (Mt 7.9-11).
Obrigado, Pai, porque minha oração não foi atendida. Agradeço por isso, pois sei que, se o Senhor decidiu não atendê-la... o teu "não" é o melhor para mim.
Paz a todos vocês que estão em Cristo!

Fonte: apenas


sexta-feira, novembro 22, 2013


UMA NOVA MODA ENTRE OS CRENTES DESTE SÉCULO...

Resta pouca dúvida de que a igreja institucional e organizada está hoje no centro de acirradas discussões em praticamente todos os quartéis da cristandade, e mesmo fora dela. O surgimento de milhares de denominações evangélicas, o poderio apostólico de igrejas neopentecostais, a institucionalização e secularização das denominações históricas, a profissionalização do ministério pastoral, a busca de diplomas teológicos reconhecidos pelo estado, a variedade infindável de métodos de crescimento de igrejas, de sucesso pastoral, os escândalos ocorridos nas igrejas, a falta de crescimento das igrejas tradicionais, o fracasso das igrejas emergentes – tudo isto tem levado muitos a se desencantarem com a igreja institucional e organizada. Alguns simplesmente abandonaram a igreja e a fé. Mas, outros, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja.

Muitos destes estão apenas decepcionados com a igreja institucional e tentam continuar a ser cristãos sem pertencer ou frequentar nenhuma. Todavia, existem aqueles que, além de não mais frequentarem a igreja, tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada, a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Deus. Estas idéias vêm sendo veiculadas através de livros, palestras e da mídia. Viraram um movimento que cresce a cada dia. São os DESIGREJADOS.

Muitos livros recentes têm defendido a desigrejação do cristianismo *(veja lista no final).

Em linhas gerais, os desigrejados defendem os seguintes pontos.

1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.

2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus, organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente.

3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e impediram o livre pensamento teológico.

4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas, seminários.

5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que crêem nEle, ali está a igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta á noite para falar sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou pertencer a uma igreja organizada.

6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus.

É possível concordar com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados. Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV.

Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas, esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical, organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história.

Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo em vôo solo. Pergunto ainda se os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude anti-instituição, anti-disciplina, anti-regras, anti-autoridade, anti-limites de todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo.

É verdade que Jesus não deixou uma igreja institucionalizada aqui neste mundo. Todavia, ele disse algumas coisas sobre a igreja que levaram seus discípulos a se organizarem em comunidades ainda no período apostólico e muito antes de Constantino.

1) Jesus disse aos discípulos que sua igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro, que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.15-19). A igreja foi fundada sobre esta pedra, que é a verdade sobre a pessoa de Jesus (cf. 1Pd 2.4-8). O que se desviar desta verdade – a divindade e exclusividade da pessoa de Cristo – não é igreja cristã. Não admira que os apóstolos estivessem prontos a rejeitar os livre-pensadores de sua época, que queriam dar uma outra interpretação à pessoa e obra de Cristo diferente daquela que eles receberam do próprio Cristo. As igrejas foram instruídas pelos apóstolos a rejeitar os livre-pensadores como os gnósticos e judaizantes, e libertinos desobedientes, como os seguidores de Balaão e os nicolaítas (cf. 2Jo 10; Rm 16.17; 1Co 5.11; 2Ts 3.6; 3.14; Tt 3.10; Jd 4; Ap 2.14; 2.6,15). Fica praticamente impossível nos mantermos sobre a rocha, Cristo, e sobre a tradição dos apóstolos registrada nas Escrituras, sem sermos igreja, onde somos ensinados, corrigidos, admoestados, advertidos, confirmados, e onde os que se desviam da verdade apostólica são rejeitados.

2) A declaração de Jesus acima, que a sua igreja se ergue sobre a confissão acerca de sua Pessoa, nos mostra a ligação estreita, orgânica e indissolúvel entre Ele e sua igreja. Em outro lugar, ele ilustrou esta relação com a figura da videira e seus galhos (João 15). Esta união foi muito bem compreendida pelos seus discípulos, que a compararam à relação entre a cabeça e o corpo (Ef 1.22-23), a relação marido e mulher (Ef 5.22-33) e entre o edifício e a pedra sobre o qual ele se assenta (1Pd 2.4-8). Os desigrejados querem Cristo, mas não querem sua igreja. Querem o noivo, mas rejeitam sua noiva. Mas, aquilo que Deus ajuntou, não o separe o homem. Não podemos ter um sem o outro.

3) Jesus instituiu também o que chamamos de processo disciplinar, quando ensinou aos seus discípulos de que maneira deveriam proceder no caso de um irmão que caiu em pecado (Mt 18.15-20). Após repetidas advertências em particular, o irmão faltoso, porém endurecido, deveria ser excluído da “igreja” – pois é, Jesus usou o termo – e não deveria mais ser tratado como parte dela (Mt 18.17). Os apóstolos entenderam isto muito bem, pois encontramos em suas cartas dezenas de advertências às igrejas que eles organizaram para que se afastassem e excluíssem os que não quisessem se arrepender dos seus pecados e que não andassem de acordo com a verdade apostólica. Um bom exemplo disto é a exclusão do “irmão” imoral da igreja de Corinto (1Co 5). Não entendo como isto pode ser feito numa fraternidade informal e livre que se reúne para bebericar café nas sextas à noite e discutir assuntos culturais, onde não existe a consciência de pertencemos a um corpo que se guia conforme as regras estabelecidas por Cristo.

4) Jesus determinou que seus seguidores fizessem discípulos em todo o mundo, e que os batizassem e ensinassem a eles tudo o que ele havia mandado (Mt 28.19-20). Os discípulos entenderam isto muito bem. Eles organizaram os convertidos em igrejas, os quais eram batizados e instruídos no ensino apostólico. Eles estabeleceram líderes espirituais sobre estas igrejas, que eram responsáveis por instruir os convertidos, advertir os faltosos e cuidar dos necessitados (At 6.1-6; At 14.23). Definiram claramente o perfil destes líderes e suas funções, que iam desde o governo espiritual das comunidades até a oração pelos enfermos (1Tm 31-13; Tt 1.5-9; Tg 5.14).

5) Não demorou também para que os cristãos apostólicos elaborassem as primeiras declarações ou confissões de fé que encontramos (cf. Rm 10.9; 1Jo 4.15; At 8.36-37; Fp 2.5-11; etc.), que serviam de base para a catequese e instrução dos novos convertidos, e para examinarem e rejeitarem os falsos mestres. Veja, por exemplo, João usando uma destas declarações para repelir livre-pensadores gnósticos das igrejas da Ásia (2Jo 7-10; 1Jo 4.1-3). Ainda no período apostólico já encontramos sinais de que as igrejas haviam se organizado e estruturado, tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias, uma ordem de viúvas e ainda presbitérios (1Tm 3.1; 5.17,19; Tt 1.5; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12; 1Tm 5.9; 1Tm 4.14). O exemplo mais antigo que temos desta organização é a reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém para tratar de um caso de doutrina – a inclusão dos gentios na igreja e as condições para que houvesse comunhão com os judeus convertidos (At 15.1-6). A decisão deste que ficou conhecido como o “concílio de Jerusalém” foi levada para ser obedecida nas demais igrejas (At 16.4), mostrando que havia desde cedo uma rede hierárquica entre as igrejas apostólicas, poucos anos depois de Pentecostes e muitos anos antes de Constantino.

6) Jesus também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão e beber o vinho em memória dEle (Lc 22.14-20). Os apóstolos seguiram a ordem, e reuniam-se regularmente para celebrar a Ceia (At 2.42; 20.7; 1Co 10.16). Todavia, dada à natureza da Ceia, cedo introduziram normas para a participação nela, como fica evidente no caso da igreja de Corinto (1Co 11.23-34). Não sei direito como os desigrejados celebram a Ceia, mas deve ser difícil fazer isto sem que estejamos na companhia de irmãos que partilham da mesma fé e que crêem a mesma coisa sobre o Senhor.

É curioso que a passagem predileta dos desigrejados – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20) – foi proferida por Jesus no contexto da igreja organizada. Estes dois ou três que ele menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à comunhão da igreja (Mt 18.16). Ou seja, são os dois ou três que estão agindo para preservar a pureza da igreja como corpo, e não dois ou três que se separam dos demais e resolvem fazer sua própria igrejinha informal ou seguir carreira solo como cristãos.

O meu ponto é este: que muito antes do período pós-apostólico, da intrusão da filosofia grega na teologia da Igreja e do decreto de Constantino – os três marcos que segundo os desigrejados são responsáveis pela corrupção da igreja institucional – a igreja de Cristo já estava organizada, com seus ofícios, hierarquia, sistema disciplinar, funcionamento regular, credos e confissões. A ponto de Paulo se referir a ela como “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15) e o autor de Hebreus repreender os que deixavam de se congregar com os demais cristãos (Hb 10.25). O livro de Atos faz diversas menções das “igrejas”, referindo-se a elas como corpos definidos e organizados nas cidades (cf. At 15.41; 16.5; veja também Rm 16.4,16; 1Co 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; etc. – a relação é muito grande).

No final, fico com a impressão que os desigrejados, na verdade, não são contra a igreja organizada meramente porque desejam uma forma mais pura de Cristianismo, mais próxima da forma original – pois esta forma original já nasceu organizada e estruturada, nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Acho que eles querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém. Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas idéias e nossa maneira de viver ao crivo do Evangelho, conforme entendido pelo Cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais.

Eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto eu for membro dela. A teologia Reformada não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela. Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares.

Cristianismo sem igreja é uma outra religião, a religião individualista dos livre-pensadores, eternamente em dúvida, incapazes de levar cativos seus pensamentos à obediência de Cristo.
 

Nota:(*) Podemos mencionar entre eles: George Barna, Revolution (Revolução), 2005; William P. Young, The Shack: a novel (A Cabana: uma novela), 2007; Brian Sanders, Life After Church (Vida após a igreja), 2007; Jim Palmer, Divine Nobodies: shedding religion to find God (Joões-ninguém divinos: deixando a religião para encontrar a Deus), 2006; Martin Zener,How to Quit Church without Quitting God (Como deixar a Igreja sem deixar a Deus), 2002; Julia Duin, Quitting Church: why the faithful are fleeing and what to do about it (Deixando a Igreja: por que os fiéis estão saindo e o que fazer a respeito disto), 2008; Frank Viola, Pagan Christianity? Exploring the roots of our church practices (Cristianismo pagão? Explorando as raízes das nossas práticas na Igreja), 2007; Paulo Brabo, Bacia das Almas: Confissões de um ex-dependente de igreja (2009).
 

Fonte: O Tempora! O Mores!


terça-feira, novembro 05, 2013

APAGÃO GERAL!!!

 

...para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo, (Fil 2:15)

Em pleno Ano de 2013, a impressāo que se tem é que estas palavras foram escritas ainda ontem.

No meio de uma geraçāo,  na qual tudo o que era errado passou a não ser tāo errado assim, ou por que nāo dizer que muita coisa passou de errado a certo, podemos chegar à triste conclusāo que ser honesto, educado e acreditar nas pessoas tornou-se coisa do passado.

Porém, quando voltamos nossa atençāo para a Palavra de Deus, notamos que alguns de nossos irmāos já tiveram experiencias com a sensaçāo de estar na contra māo da historia.

José, preferiu atender à voz da semente plantada em seu coraçāo, nāo cedendo à tentaçāo protagonizada pela mulher de Potifar. Com isto, pode se deparar com o momento do cumprimento dos sonhos que Deus havia lhe dado. Daniel, mesmo longe de sua terra, povo e amigos, optou por nāo se contaminar com o manjar, deuses e costumes babilonicos, antes manteve as SUAS origens e compromisso que tinha com o verdadeiro Deus. Como resultado, Deus lhe fez formoso, sabio e destacado no meio em que viveu, mesmo em terra estranha.

Muitos outros exemplos poderiam fazer parte deste breve comentário, mas o que precisa ser evidenciado é exatamente uma pergunta: - " Qual é a intensidade da luz que, em tese, "possuimos" e tanto falamos e cantamos?

Onde está a sinceridade com Deus e com Sua doutrina?
Onde estāo os irrepreensíveis, e as devidas repreensōes para os passíveis delas?
Onde estāo os que deveriam resplandecer, em oposiçāo aos que estāo em trevas?

Em tempos, nos quais muitos líderes e pregadores encontram uma maneira discreta e massageadora de filtrar as exigencias da Palavra de Deus, muitos já nāo se incomodam em viver uma vida de pecado e comprometimento com os desvios doutrinários sem qualquer arrependimento.

O que me alegra, é que por menor que seja o número de luminares no mundo escurecido pela corrupçāo do pecado, ainda sāo notados por sua postura de nāo conformidade com as trevas.

Até os que mantem a lâmpada acesa, por pura aparência,  se depararāo com o momento em que será necessário ter reserva de azeite para que a lâmpada nāo se apague. E entāo, se verá a diferença entre quem realmente brilhava e quem aparentava brilhar, e assim serāo lançados nas trevas.


No Amor de Cristo
Pr Silvino Jr



terça-feira, outubro 22, 2013

A MÚSICA NO CAOS



Enquanto Roma queimava, Nero tocava música. Assim, são alguns pregadores que, enquanto almas se perdem, ficam falando de coisas secundárias. (C.H. Spurgeon)

Lamentavelmente o que estamos presenciando ultimamente, é este tipo de procedimento, não apenas entre os pregadores, mas também em boa parte da liderança da igreja.

Chega-se ao extremo de usar a música (usualmente chamada de adoração...) e demais entretenimentos, para passar o tempo do horário de culto, já tão exíguo.
Certa vez tive a triste ventura de ouvir um líder dizer:: -"Vamos ler uma coisinha aquí, para terminarmos nossa reunião", referindo-se ao momento que sobrou para a Palavra.
Sinceramente, homens como este, deveriam deixar de usar em suas falas que antecedem a oportunidade, que "gentilmente" dão à pregação da Palavra, o famoso jargão: "vamos ao momento mais importante do culto". Assim fazendo, comprometer-se-iam menos com a hipocrisia.

Trazendo para o nosso cotidiano secular, quando estamos em um restaurante, damos prioridade e um espaço maior para o prato principal. Logo, não nos enchemos de petiscos e tira gosto, pois se assim fizermos, saciar-nos-emos de supercialidades, e não haverá apetite para o prato principal.
No que diz respeito ao momento da exposição da Palavra de Deus no culto, o que se percebe, é que muitos crentes, ao chegar no "momento mais importante", já estão sem apetite para o "GLORIOSO PRATO PRINCIPAL, QUE É A PALAVRA DE DEUS"

Minha oração, é que nos despertemos para a necessidade urgente que temos de, ao nos depararmos com a caoticidade espiritual em que muitos cristãos estão inseridos, priorizemos a Palavra de Deus, e sobre Ela nos debrucemos reverentemente, com total desejo de pregá-La e obedecê-La.


 Judas 1:23. e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e de outros tende misericórdia com temor...


No amor de Cristo
Pr Silvino Junior

segunda-feira, outubro 07, 2013

SAL E LUZ, Onde estão?


Sois o sal da terra... E a luz do mundo...
Mateus 5: 13,14

Duas das características dos crentes, ditas pelo próprio Edificador da Gloriosa Igreja,  dizem exatamente sobre o que não pode faltar para quem deseja exercer um papel influenciador em um mundo perdido.

O dever de corresponder às características de ser SAL e LUZ, parece que foi colocado de lado. E isto fica muito claro quando notamos que grande parte da membresia "pseudo" cristã, parece apodrecer junto com os que necessitam ser tocados por um exemplo de vida que os arranque da situação caótica em que se encontram.
É lamentável ter que admitir que muitos cristãos estão aderindo aos procedimentos e rudimentos mundanos, e justificam-se dizendo tratar-se de estratégias de aproximação e chamamento de atenção. Como isto é incoerente. Será que para salvar alguém que esteja se afogando, é preciso simular um afogamento também? É óbvio que não. O ideal, é ir onde a vitima está e oferecer-lhe as condições necessárias para tirá-la do local e situação que a levarão à morte.
Alguem saberia responder onde está a diferença entre quem serve a Deus e quem não O serve, nos dias atuais?
Baseado no exemplo do afogamento e parafraseando-o, o que estamos vendo são "salva-vidas espirituais", que na tentativa de aproximação aos que estão se afogando, movem-se num frenesi gospel fora dos padrões bíblicos que além de não tirarem as vitimas das sujas águas do pecado, que são os QGs de satanás, ainda se moldam aos seus procedimentos e reações.
Hoje, o que se encontra nos "SALEIROS e CIAS DE ENERGIA" são: shows, barzinhos, festinhas dançantes e outros modismos mais. Todos com o sobrenome "gospel". Daqui a pouco, com a real inversão de valores, surgirá também o inferno gospel. E isto, para não falar em alguns cultos que poderiam ser comparados a qualquer coisa, menos culto. Mas sobre isto falaremos posteriormente.
Quando comparados a LUZ DO MUNDO, o que nosso Senhor quis dizer é que onde quer que chegássemos, por mais trevas que houvessem, faríamos uma diferença notória. Porém, não é isto que está acontecendo. Há alguns, que para que os identifiquemos como luz, é preciso que se acenda uma lanterna para saber onde estão, tamanha é a ineficiência de seus focos "luminosos".
Que Deus tenha misericórdia de nós, pois a pergunta que fica é esta: "O que estão fazendo com o tempero da terra, e com a iluminação do mundo?

No amor de Cristo
Pr Silvino Junior 

quarta-feira, outubro 02, 2013

A quem estamos ADORANDO???


Gostaria de compartilhar este texto, que reflete um pouco do que penso sobre este assunto, postado pelo meu amigo e irmão em Cristo, Gessé Vasconcelos em seu Facebook:

Para refletirmos...
Refletindo sobre essa “Cultura Gospel” que tomou conta das igrejas evangélicas no Brasil, chego (por necessidade no coração) a seguinte conclusão: Nós estamos nos perdendo!!! Será que estamos realmente adorando a Deus devidamente? A adoração se tornou um SHOW??
Que adoração é essa que foi criada, primeiramente, para atender modas, estilos, movimentos e afins?!!! O que parece, é que esses movimentos de “ADORAÇÕES” estão cada vez mais voltados para nós mesmos, para os nossos gostos e preferências! E é por isso que muitas músicas aparentemente voltadas para Deus tem, na realidade, o intuito de satisfazer apenas ao homem.

E É AÍ QUE NOS TORNAMOS IDÓLATRAS DE NÓS MESMOS.
O QUE SE TEM FEITO É ADORAR OU CURTIR???

Faço minhas as palavras do Rodolfo Abrantes e realmente oro a Deus pelo fim da cultura Gospel, pelo fim do mercado Gospel, pelo fim dos cantores/artistas Gospel. Oro para que o Evangelho verdadeiro seja pregado no Brasil. Oro para que o SHOW ACABE e que Deus seja cultuado da forma que Lhe apraz, não satisfazendo nossas vontades. Oro para que os jovens evangélicos realmente conheçam o Evangelho e se deixem transformar por Ele. Oro para que a “adoração” deixe de ser um ídolo em nossas igrejas. Oro para que outros jovens assim como eu, reconheçam os seus pecados e os deixem.

Por fim, gostaria apenas de deixar claro que, em momento algum julgo o coração de ninguém. Ao contrário, acredito que alguns desses artistas gospel são crentes fiéis, mas que infelizmente tem trilhado um caminho que embora lhes pareçam bom, não é.
Provérbios 16.2 diz: “Todos os caminhos do homem lhes parecem puros, mas o Senhor avalia o espírito.”

Graça e paz a todos.

 
Gessé Vasconcelos é músico e líder de louvor na Assembleia de Deus Unida

sexta-feira, setembro 27, 2013

GRAÇA, Obras e Teologias Contemporâneas

 
Este texto é uma espécie de carta-reposta aos questionamentos de uma pessoa cristã que foi duramente confrontada com situações das mais diversas num ambiente pluricultural, a universidade. Além das dúvidas existenciais, as espirituais habituais de cada pessoa, também pelas teologias duvidosas sussurrando soluções mais fáceis e modernas ao seu ouvido. Esse texto tem um tom mais pastoral, por isso não contém notas de rodapé, nem grandes citações de teólogos.

Conceito de GRAÇA

O amor de Deus está dado universalmente na cruz de Cristo e ponto final (Jo 3.16). Agora, o que as teologias contemporâneas fazem é isolar a graça do seu efeito. Lemos em Ef 2.8-9 que a graça gera a fé, que é dom de Deus. Ela gera a fé, porque é um encontro entre o ser humano pecador (afastado de Deus) com a santidade de Jesus Cristo exposta na pregação da Palavra (Rm 10.14). No encontro pessoal com Cristo se decide o futuro eterno da pessoa: uns para perdição, outros para salvação (Mt 25.32ss). Diante de Cristo (no caso da sua Palavra pregada) há um duplo desfecho da história do ser humano: os que creram, e os que permaneceram na incredulidade. Graça não muda a forma como Deus te olha em Cristo, mas ela muda totalmente a forma como nos relacionamos com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Isto porque a Graça nos tira da meritocracia.

Na graça não precisamos fazer para que Deus nos ame mais. Não precisamos convencer Deus que somos bons e que merecemos algo. Simplesmente Deus se alegra em nos dar tudo de graça. Agora quem foi agraciado é transportado para uma nova relação com Deus. Deixamos nossas velhas atitudes, nossa lógica do mérito, nossas vanglórias para viver a vida de Deus em nós (2Co 5.17). A vida que vivemos é pelo Espírito Santo (não mais segundo a vontade da carne). A ação da graça em nós é pelo Espírito Santo produzindo dons e boas obras. A árvore boa produz bons frutos. A mulher samaritana no encontro com Jesus teve seu pecado revelado e Jesus não passou a mão na cabeça dela. Pontuou categoricamente o erro dela (Jo 4.18). Também para a mulher pega em adultério Jesus não passou a mão na cabeça, sim, Ele a perdoou, mas exigiu uma mudança (Jo 8.10). O discipulado de Jesus é exigente sim! E nós sempre estamos em divida diante de Deus. Agora, isto não é para por medo, de forma alguma, mas para que nós não venhamos confiar em nós mesmos, e sim em Deus que a poderoso para perdoar e salvar.

Relação EVANGELHO e CULTURA

Parece uma discussão atual, porém é bem velha. Já desde da época do Iluminismo esta discussão existe. Na história muitos propuseram respostas para esta questão. Recentemente há uma corrente dizendo que a Igreja Primitiva contém a Cultura Cristã genuína, logo ao imitarmos suas ações e formas de existir estaremos mais perto do verdadeiro ser cristão. Nos século II e III os novos convertidos, mal discipulados, trouxeram para dentro da Igreja Cristã muito da sua religiosidade pagã, muitos padres acharam que era melhor relevar algumas coisas para não perder membros, do que criticar os erros. Desta forma se criou a fórmula adotada mais tarde pelo Concílio de Trento “vox Populi, vox Dei” (voz do Povo é a voz de Deus”), ou seja, “aquilo que em todos os tempos e todos os lugares sempre foi crido por todos, isto é com certeza de Deus”.

Hoje há uma profusão de teologias do genitivo. Que são as teologias aplicadas a um contexto ou grupo: teologia negra, teologia indígena, teologia da libertação, teologia feminista, etc. A rigor são todas teologias da libertação (focadas para a libertação de determinados grupos sociais da opressão da pobreza, exclusão social, etc). Agora nos últimos tempos as teologias do genitivo se expressam contra outros tipos de opressão: política e ideológica. Então surgem teologia queer (homossexual), teologia da prosperidade... As características destas teologias, é que elas estão voltadas para satisfazer as necessidades de um determinado público alvo (por isto genitivo – oriundo da gramática, que significa o que pertence a alguém outro. Ex: Bar do João – “do João” é genitivo de “Bar”). Como o alvo da teologia é um grupo e não Deus na sua revelação, então temos desvios teológicos dos mais diversos. De uma forma geral todas estas teologias se apropriam do conceito de graça para negar a força da Lei. Segundo eles a Lei não teria mais valor, pois foi dada para um contexto específico que não é mais o nosso, logo, não vale mais.

Segundo eles teríamos que ver qual é a índole de Deus. Em Cristo perceberam que Deus é amor, logo a Lei não faz mais sentido, então pode ser relegada a um segundo plano, como algo contingente de época (uma cultura), que não se aplica mais hoje. Teríamos que apenas aplicar princípios de amor para hoje, isto seria interpretar corretamente o Deus de amor para hoje. Então por exemplo, homossexualidade seria algo normal, contanto que vivida de forma sadia (parceiro fixo, respeito, amor, etc…). Para isto é preciso anular a distinção entre Lei e Evangelho, tão típica em Gálatas, por exemplo.

Este discurso faz muitos adeptos, pois destaca somente o amor de Deus, e quem não deseja um Deus que só é amor, e que nunca condena? Leonardo Boff em sua tese de doutorado escreveu que “Deus continuamente esvazia as lixeiras do inferno”. Isto é, ninguém seria condenado por causa do amor de Deus. Todos no final seriam salvos. Para isto é preciso eliminar todos aqueles versículos que afirmam a condenação dos que não creem. Mas para eles isto não é difícil fazer, pois seriam versículos da cultura da época, marcada por uma religiosidade que ainda cria em demônios, e que era muito marcada pelo legalismo farisaico, pela lei cerimonial, etc.

Então no exemplo do casamento, e relacionamentos sexuais. A Bíblia não fala em cerimônia de casamento na Igreja. Porém Jesus considera a mulher samaritana no erro (ela vivia ajuntada), pois não tinha contrato de casamento. Para o Antigo Testamento, de fato o sexo faz o casamento, mas o contrato, ainda que muitas vezes não mencionado, é algo normal na sociedade. Sempre que a convenção não é seguida a Bíblia fala em pecado. O Novo Testamento chama isto de “fornicação” (grego pornoi – relação extraconjugal). Todo tipo de relação sexual fora do contrato de núpcias era fornicação. Aplicando para hoje: do ponto de vista jurídico continua necessário o contrato de casamento. O fato de a justiça aceitar uma união estável por mais de 5 anos para fins de benefícios sociais não faz com que pessoas ajuntadas estejam legalmente casadas, apenas garante benefícios sociais a posteriori.

É neste sentido que alguns homossexuais registram um contrato de convivência nos cartórios, para ter alguns direitos previdenciários assegurados (direito de todos, e também deles, nisto não posso me opor – porém este contrato não é um casamento!). A convenção social, a cultura ainda é de que casamento significa contrato social. Entre cristãos, desde tempos antigos há o costume de se pedir a benção de Deus na reunião dos crentes. Entre os judeus isto não era assim, porque o civil e o religioso andavam juntos. Os cristãos viviam em outro contexto, o que gerou a necessidade da benção matrimonial. Se diante do fato de cristãos também estarem vivendo juntos antes do contrato social, e antes da benção matrimonial nos obrigar a reconhecer isto como correto e apenas como “mudança cultural”, logo, Vox Populi, Vox Dei, estaremos regredindo! Ao invés de considerar a Palavra de Deus, vamos seguir princípios não evangélicos. Para a Bíblia sexo fora do contrato de matrimonio é fornicação, é pecado e ponto. Agora, é possível o arrependimento, a mudança, e fazer o que é certo, isto com certeza! Este é nosso desejo.

Concluindo o assunto:

Sempre que a graça for desvinculada do discipulado, do seguir a Cristo, da obediência, então temos uma graça barata...

Sempre que o pecado vira cultura, para ser legitimado, então a Palavra de Deus perde seu sentido.

NAPEC


terça-feira, setembro 24, 2013

Músicas cristãs modernas X Harpa Cristã: A MÃO NO ARADO - Um convite à perseverança na fé (apenas um comparativo)


Muitas vezes não precisamos de nada novo, nesses casos o que precisamos mesmo é retornar ao que sempre ouvimos e cantamos. Um pouco mais do mesmo às vezes é bom. Estamos abandonando verdades que sempre ouvimos em troca das cebolas do Egito, da comida dos porcos.
Existe uma gritante diferença entre as músicas “gospels” de hoje se comparadas aos hinos que para muitos são antigos, ultrapassados e chatos. Se parássemos para analisar os hinos da Harpa Cristã e do Cantor Cristão, perceberíamos  a profunda sabedoria Bíblica em que tais hinos estão mergulhados.

A MÃO NO ARADO – 394(Harpa Cristã) – Um convite à perseverança na fé

Neste hino temos um convite à perseverança, nele somos convidados a sermos “constantes” a não “desanimarmos”,por quê? “O sol declina e logo após vai escurecer”. Além disso, somos convidados a não olharmos para os outros, mas para Cristo: Não desanimes, por ser tua cruz, Maior que a de teu irmão;A mais pesada levou teu Jesus,Te consola, então;A tua cruz vai levando,Como Jesus perdoando.Alegremente andando,Pra o lindo céu. Como precisamos de musicas centrada em Cristo e deixarmos o Zaqueu, Lázaro, Zacó de lado.
Nela não vemos o compositor apresentar uma vida só de vitórias, mas somos convidados a sofremos, pois Cristo sofreu mais que nós, isso é lindo: “A mais pesada levou teu Jesus, Te consola”.Mais a frente parece que o autor quer ressaltar que na vida nem sempre seremos felizes e vitoriosos e diz: “Sê bom soldado de Cristo Jesus, Sofrendo as aflições, Não sufocando a mensagem da cruz, Nas perseguições;”.
O hino repete a palavra “Cruz” várias vezes nos remetendo a sofrimentos, mas brinda nosso coração nos lembrando de nossa esperança: “Quando, enfim, tu largares a cruz, Jesus te coroará; Com santo gozo em glória e luz, Te consolará”. Como precisamos focar no alvo, como precisamos ficar ligados em nossa esperança. Esqueça os hinos que falam deste mundo de suas bênçãos, temos um outro mundo que nos espera. Não precisamos “Reinar em Vida” já estamos Reinando com Cristo.

VAMOS COMPARAR

Antigamente o Espírito Santo inspirava músicas que nos tocavam, hoje se compõe musicas para tocar multidão, para fazer sucesso. Preocupa-se com o ritmo, com a melodia em lugar da letra. A maioria dos compositores da Harpa Cristã são pastores e missionários, como no caso do Hino de hoje que foi composto pela Frida Vingren, esposa do Missionário Gunar Vingren fundador das Assembleias de Deus. Hoje as músicas são compostas por artistas que conhecem as tendências do mercado musical gospel, produzem musicas visando o sucesso.
Embora existam exceções, graças a Deus. Hoje jargões e frases prontas recheiam nossas músicas.
Já percebeu que é obrigatório falar de milagres, promessas, sonhos, vitórias e etc., quantas músicas você conhece onde o centro das músicas são essas palavras? Agora, quantas vezes essas palavras aparecem nesse hino da Harpa Cristã? Pois é!!
Percebeu que a maioria dos hinos atuais tem a primeira pessoa do singular no centro da música? “Remove a minha pedra”, “Eu tenho a marca da promessa”, “Entra na minha casa, entra na minha vida”. Tudo é “Eu”, são musicas egocêntricas.. Percebeu que no hino da harpa citado vemos o panorama mudar: “quem sua mão ao arado já pôs”. Isto porque nas musicas atuais vemos nós falarmos com Deus, mas nos hinos da Harpa Cristã é Deus falando conosco.

O HINO
Quem sua mão ao arado já pôs,
Constante precisa ser;
O sol declina e, logo após,
Vai escurecer.
Avante, em Cristo pensando,
Em oração vigiando,
Com gozo e amor trabalhando,
Pra teu Senhor.

Não desanimes, por ser tua cruz
Maior que a de teu irmão;
A mais pesada levou teu Jesus,
Te consola, então;
A tua cruz vai levando,
Como Jesus perdoando.
Alegremente andando
Pra o lindo céu.

Sê bom soldado de Cristo Jesus,
Sofrendo as aflições,
Não sufocando a mensagem da cruz,
Nas perseguições;
Vai Seu amor proclamando,
Novas de paz, sim, levando.
Aos que estão aguardando
A salvação.

Quando, enfim, tu largares a cruz,
Jesus te coroará;
Com santo gozo em glória e luz
Te consolará.
Esquecerás teus lidares.
Tribulações e pesares,
Quando no céu desfrutares,
Perfeita paz.

E aí? Chorou? Não! Você é forte! Conseguiu sentir a diferença da letra dessa música com as músicas de hoje? Os hinos da Harpa é a prova que Deus fala usando a música. Posso ser considerado antiquado, mas sinceramente não gosto de ver que hinos como este estão sendo substituídos pelos modismos evangélicos atuais.

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